MEMÓRIAS DA SALA DE AULA
Aula planejada. Entrava na
sala convicta do objetivo: alcançar mentes e corações. Informação e
conhecimento à disposição de um público tão instável. Eu observava e sabia que
era observada. Que jogo dramático! Nas primeiras filas, pares de olhos e
ouvidos eram meus aliados, correspondiam a uma relação de cumplicidade. Eles
sabiam por que eu estava ali e tentavam extrair o máximo que aquela relação
poderia render. Digo poderia, porque decepcionei alguns, pois exposta às provocações
implícitas e explícitas da turma da retaguarda, deixei-me ser conduzida e
desviada do meu alvo não poucas vezes. Desastres naturais no início de
experiência e no fim de carreira.
Reconhecimento e
demonstrações de solidariedade mexiam com o meu senso de justiça – a professora
quer ensinar e eu quero aprender. Que simplicidade! Que declaração direta e
objetiva! Hostilidade e falta de consideração incomodavam mais ainda. Para alguns, eu era uma tábua de salvação,
uma porta aberta para um mundo de conquistas, de realizações. Para outros, uma
pedra no sapato – por que ela não desiste? Ela não larga do meu pé. Ela me
odeia. Que confusão de sentimentos!
Para todos, eu fazia alguma
diferença, surgia uma dificuldade aqui, superava-se outra ali, insistia na barreira
intransponível de alguns, que talvez estivessem pensando - ela não me vê, ela não
me entende, ela não sabe o que eu sinto... E as tradicionais “semanas
culturais”? Concursos escolares? Mesmo ouvindo de alguns a pergunta típica “é
obrigatório?” sempre participamos de todos, e, para contrariar os pessimistas,
até ganhamos alguns prêmios. –
Despertava a consciência de outros, até ao ponto de ouvir: – professora, posso
indicá-la para o concurso “Professor nota 10”?
O que eu consegui?
Conquistar para o meu lado os declarados inimigos da leitura, levando-os além
do primeiro questionamento – Quantas páginas tem? – Incentivar os futuros
escritores: – Professora, essa história é maravilhosa! – Alvo alcançado:
comunicar vida, expressar ideias. Hoje é o último capítulo de uma longa
jornada... Toca o sinal... – Uh... Uh... Acabou a aula! – Missão cumprida!
“Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé.” (II Tim. 4:7)
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4 comentários:
Ola. que legal vc tem um blog.
Eu tenho dois mas ultimamente falta tempo pra ir lá fazer postagens.
Vou vir mais vezes e parabéns pela conclusão de uma etapa da sua vida. bjs
prof. Vilma
Vilma, agradeço a força que você me deu. Que Deus abençoe a sua vida ricamente.
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, SABENDO QUE O VOSSO TRABALHO NÃO É VÃO NO SENHOR." (I Coríntios 15:58)
Olá Lenice
Obrigada pelo seu sorriso e alegria de viver que Deus te cubra de bênção especiais sempre. Um forte abraço desejando mita fortaleza, discernimento, sabedoria e amor.
Olá Lenice.
Que Deus te cubra de bênçãos especiais. passando pra desejar uma ótima semana na paz de Jesus.
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